Suspiro​.​.​.

by Maria Reis

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    12' Vinyl do disco "Suspiro..." Capa e Artwork por Rudi Brito

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1.
acordo contigo ao lado assustada com um sonho que a casa tem fantasmas enfiados num canto escuro tu dizes "que dramática, é tudo ou nada contigo" sorriso sonolento um suspiro com fumo carinho leva tempo afastada durante a noite longa puxas tanto o lábio é tudo ou nada contigo encanto da serpente eu sou supersticiosa magia venenosa um dia a mais na cama camuflados no corpo um do outro a transbordar claro é tudo ou nada conosco e sei que gostas da cara que faço quando estás dentro de mim
2.
Estagnação 04:04
foi meia volta pra chegar ao mesmo sítio onde eu me lembro tudo é tão aborrecido e eu sei que incomoda se gostas aturas, vou já corrigir dá me moleza quando pedes pra subir não gosto de nada quero ser infeliz eu dou te a custódia, tou farta de mim um soco na cara sorriso que diz "acaba depressa só quero dormir" o ar apagado sem razão é parvoíce estado dormente um assalto aos meus sentidos e eu sei que ignoro a mim não me assusta é coisa pequena o mal que se espanta num abraço pra chegar ao pé de mim agora chora é sinal de estagnação não gosto de nada quero ser infeliz eu dou te a custódia, tou farta de mim um soco na cara sorriso que diz "acaba depressa,quero dormir" é tudo abstracto quase desisto um nó na garganta, um shot de uísqui é tanta comida pra pouco apetite pedi-te atenção a troco de nada me diz nada me diz nada me diz nada
3.
pé descalço amanhecer no cristal olho verde só mostra dente se casar velho adolescente tem chapéu a nuca quente a estalar guarda o que sente timidez ou consciente? é capaz corpo pesado intrasigente vida dura empurra vem o patrão apanha o pó da mão anormal pensa "eu mereço, tou à espera do bom senso" põe te a pau espera pelo momento lusco-fusco em setembro pra caçar ergue acima o punho espeta a faca como no sonho é fatal golpe imprudente e não gemeu o abutre saiu impune moço salineiro endoideceu à procura afunda chega janeiro foi à cova com o coveiro seu pai vai salineiro foi mais drama que proveito mais um rapaz
4.
30 03:10
junto à chama da vela em segundos sente-se o frio a gelar a ponta dos dedos perco confiança quando olhas pra outras mulheres sem acne sem excesso de peso reflexo a provocar um distúrbio sincera observação, quando faço barulho impede de pensar apesar da psicoterapia criança, adolescente e de repente nos 30 perto do fim, o cansaço, o fumo
5.
Holofote 02:26
um pedaço de história as algemas do tempo tanta guerra morte e glória só prós mesmos de sempre e nunca se falou tanto de valores e nomes justos ao mesmo tempo não pensamos somos tontos e brutos carregamos um passado que não se adequa ao presente não há verdade absoluta sem a mentira ocasional e eu sei que sou banal, nunca me achei extraordinária só gostava de ser a gaja que eu achava que ia ser com 13 anos no quarto a tocar só para mim uma atitude vanguardista prá nossa actualidade miserável holofote no palco, outra estrela cadente se eu me atirasse da ponte, pra onde é que olhava toda a gente?
6.
Pico 03:56
barba rala, sinto o pico cor amena azul marinho no continente é como enigma eu sou ibéria tu és ilha cachalote à superficie saca óleo hoje é crime contradiçao a cruz erguida eu canto verso tu és artista lá do cimo cai-se a pique se'és vulcão eu sou Monchique pra esclarecer não há um certo és oceano eu sou do Tejo peninsular insular
7.
T-Shirt 03:20
tava combinado suar-me tanto traz aquele cheiro à t-shirt passa pela foto sente-se uma bosta e quer-se aliviar pega no motor toca na carraça coça coça nela pudera safada achavas que era quem? é virtual nunca se mostra quem sabe se é herói? ou um porco a sorrir? quem sabe se é heroi virtual? perde a humidade mas está de volta agora já não seca espera tá a 'crashar' ignora e volta a ser virtual nunca te vi quem sabe se é herói? ou um porco a sorrir? quem sabe se é heroi virtual? o legado moralista fascinante hipocrisia lava a cona com lixívia mas vai ao estrageiro quando é para abortar incoerencia asfixia por momentos parece que há justiça nada muda como eu queria queres boas maneiras? eu tou-me a cagar tava combinado suar-me tanto traz aquele cheiro à tshirt
8.
RIP 01:55
amante reciclável como prometeu parecia granda achado logo pus o véu dizias "tudo é falso" sangue a ferver mais tarde revelaste-te fantoche como eles sorrir a provocar olhavas com desdém ficaste de capucho a ver-me corroer conversa do caralho como se pode ver um homem tão seguro sofre como eu em pleno aniversário chegaste sem presente já tinha antecipado a nova concorrente fui tonta quis empate, sem doer perdi todo o controlo a patinar no gelo sentir-me a definhar frieza do sujeto 100% sanguessuga a tísica a sofrer conversa do caralho como se pode ver eu sei que faço luto quando nem morreu um homem tão seguro sofre como eu a lábia do defunto...
9.
Obsessão 02:08
presa ao aspecto não disfarça a emoção perder mais um afecto boas-vindas à solidão encalhada, fechada em vão desejada, amada, mas não soma uma derrota verbaliza separação vai uma aposta prá semana já se dão tu com outra, bonita relação empenhado a dar-lhe a mão pus-te tão acima a mim nem merecia atenção mesmo quando doía eu pedia-te opinião despertava o medo de rejeição aumenta a má conexão agora só vergonha de me ter posto numa situação à espera dum gesto romântico ou outra revelação destinado fracasso de verão transformar amor em negação obcecada a dor no coração
10.
Metadata 03:37
é pesado ser um centro vigilante e estabelecer alarme ao movimento que é suspeito agacha caí ao chão a terra vai tremer contexto é temporário quando passa sem se ver eu mostrava-me optimista mas previ a tempestade e estalas o pescoço já merecias proteger saca carta do baralho e saíu o enforacado quer-se dar a quem se dá de volta põe-se a comprimir a amplitude custa existir e dói de tal maneira ficar a ver navios mas pensa no futuro canaliza esse saber que detrás duma cortina passa sempre o autocarro sorrir o tempo inteiro não consigo prometer mas fazer a coisa certa alivia a ansiedade tu pensas que és buddha, precisas de ajuda e sais com outra cara mais bonita sem saber a idade não limita muito antes p'lo contrário e vem cantar tão bem coragem é largar e progredir andava tão esquecida nunca quis errar e fazer merda assumo sou juiz ser mais vulnerável é incrível isso diz que abordar a fantasia contrapõe a falsidade falamos uns dos outros impossível ser feliz eu tomava comprimidos se achasse que mudasse passou-me p'la cabeça uma fé e converter mas entrego-me ao instinto e agarro na guitarra e vai-se pouco a pouco a vingança a esmorecer apesar dessa presença continuar um obstáculo segura no meu quarto formalizo ele vê que afinal esse romance nem sequer era amizade tu foste tão básico construo a auto-estima que contigo eu perdi sou tão mais do que imaginas tu não sabes o que perdes
11.
Segue o rumo o presente repete As coisas do passado Engraçado como a memória converte As coisas do passado Instituir o modelo perverso Com as coisas do passado Não se explica porque é muito complexo As coisas do passado Quem diria que a sombra revela as coisas do passado Masoquista festeja e celebra as coisas do passado Queres andar à chuva Mas porquê se já estás tão molhada? A candidata não se encaixa no perfil E rapa a pente zero, ou desfaz a trança e queima a saia “Perdeu-se tanto” não tinhas nada Coisas do passado Ocultar episódios de assédio São coisas do passado Insinuar fragilidades do meu género São coisas do passado Coisas do passado Queres andar à chuva mas porquê se já estás tão molhada? Foi internada, era linda está senil E o karma só se paga quando Deus já não nos quer pra nada Tou no futuro, é a mesma farsa Coisas do passado Queres andar à chuva mas porquê se já secaste? Sacana, filha-da-puta com discurso infantil E pra me dar esperança, vou despir o roxo por ser da Páscoa É tão absurdo, nem lembra o papa Coisas do passado Coisas do passado Coisas do passado

credits

released May 3, 2024

Todas as canção são autoria da Maria Reis
Gravado entre Dezembro e Janeiro 2023/2024 na Sobreda, Almada
Produzido por Tomé Silva e Maria Reis
Masterizado por Carlos Nascimento na Qualia Audio Lab
Arte gráfica por Rudi Brito

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Maria Reis Lisbon, Portugal

1993, Lisbon Musician
Pega Monstro and co-founder of the record label Cafetra Records

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